O Ibovespa encerrou o primeiro semestre de 2024 com uma queda de 7,66%, saindo de 134,1 mil pontos para 123,9 mil pontos. O desempenho enterrou de vez as expectativas positivas dos investidores do final do ano anterior, época em que, em meio a um verdadeiro rali, o mercado estabeleceu projeções bastante otimistas para a Bolsa brasileira. No entanto, o que se viu nos primeiros seis meses deste ano foi um combo de incertezas macroeconômicas e fiscais, no País e no exterior, que fez a renda fixa voltar dominar os portfólios.
Agora, casas de investimento começam a revisar as projeções para o segundo semestre de 2024, incluindo, claro, as ações do Ibovespa.
Nem tanto ao mar, nem tanto à terra. Entre os analistas, predomina um entendimento de que, ainda que a renda fixa permaneça bastante atrativa, as quedas no Ibovespa abriram espaço para comprar bons ativos com desconto. Com a perspectiva de que os Estados Unidos iniciem o ciclo de corte de juros por lá em setembro, a Bolsa pode voltar a receber capital estrangeiro e, assim, iniciar uma trajetória de recuperação.
“Este evento está próximo de acontecer, uma vez que os dados de inflação americana estão melhorando. Com isso, teremos um alívio nas pontas longas dos juros, o que nos permitirá aproveitar as oportunidades da Bolsa brasileira, que negocia a múltiplos históricos extremamente baixos (8x lucros)”, destaca em relatório Danielle Lopes, sócia e analista de ações da Nord Investimentos. “Aqueles que tiverem estômago para atravessar essa fase serão recompensados”.